Trazer tecnologia para dentro das empresas, mudar a cultura, treinar profissionais e investir em segurança são caminho necessário; se tudo isso não for feito, qualquer negócio pode correr um grande perigo
A partir do momento que evoluímos com a tecnologia, precisamos também melhorar outros pontos essenciais para que todo o sistema tecnológico funcione bem e de maneira segura. Afinal, o ambiente online nos propõe facilidades, mas ficamos muito mais vulneráveis.
Já percebeu quantas vezes por dia você digita seus dados? Na hora de fazer uma compra online, pagar uma conta no internet banking, logar nas redes sociais e em tantos outros afazeres por meio da internet, deixamos ali rastros que podem ser facilmente roubados e vazados.
Por isso, não dá para falar de avanços tecnológicos sem pensar em cibersegurança. Inclusive, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor em 2020, veio exatamente para ajudar no processo de segurança de dados. No entanto, ela não evita que cibercriminosos entrem em ação, mas pressiona as empresas a focarem a proteção de suas informações.
Dados da Checkpoint Research mostram que a média de ataques cibernéticos no segundo trimestre de 2022 teve aumento de 46%. O relatório ainda aponta que, no mundo, uma em cada 40 organizações são vítimas de ataques cibernéticos por semana, um aumento de 59% em comparação com o mesmo período do ano passado. A América Latina foi a região com mais ataques registrados, uma em cada 23 organizações é atacada por semana.
Além disso, há uma modalidade de sequestro de dados que é chamada de extorsão tripla, na qual os cibercriminosos ameaçam divulgar os dados caso a empresa e toda sua cadeia de produção não queiram pagar o valor solicitado. Isso tem acontecido com bastante frequência e compromete todo o funcionamento das companhias.
Entretanto, mesmo sabendo como anda o cenário e como estamos suscetíveis a possíveis ataques, ainda poucas empresas investem em cibersegurança. De acordo com a pesquisa feita pelo Instituto Datafolha para a Mastercard, chamada de “Barômetro da Segurança Digital”, apenas 32% das empresas têm área de cibersegurança no Brasil.
Acontece que as empresas só veem a necessidade de investir em cibersegurança quando são atacadas. Esse comportamento causa um desgaste enorme para qualquer companhia, seja na parte da produção de trabalho, que pode ficar interrompida, e até mesmo financeira.
A 1ª Pesquisa Nacional BugHunt de Segurança da Informação trouxe um relatório detalhado de como anda o investimento de cibersegurança nas empresas. De acordo com o estudo, na maioria das companhias (58,6%), R$ 50 mil por ano é o limite do orçamento destinado à segurança da informação. Já 15,5% das corporações investem entre R$ 100 mil e R$ 300 mil, 15,5% direcionam mais de R$ 300 mil, e 10,4% investem entre R$ 50 mil e R$ 100 mil.
Além disso, 67,2% das empresas participantes iniciaram os investimentos em segurança da informação nos últimos três anos, 19% nos últimos três a cinco anos e apenas 13,8% há mais de cinco anos. Para os entrevistados, os investimentos foram iniciados com o objetivo de evitar ciberataques, garantir adaptação à LGPD ou porque já sofreram ocorrências anteriormente.
Por mais que o cenário seja preocupante, a boa notícia é que 83% das empresas brasileiras preveem um crescimento nos gastos nessa área, em 2022. O percentual é maior do que a expectativa mundial, em que 69% das companhias esperam esse aumento. Os dados são da pesquisa Global Digital Trust Insights Survey 2022, que mostrou: 36% das empresas no Brasil buscam ter um crescimento no orçamento cibernético entre 6% e 10%. Já 33% preveem uma alta de 15% ou mais.
Afinal, o assunto merece seriedade e compromisso das empresas para combater os ataques de cibercriminosos. Por isso, trazer tecnologia para dentro das companhias, mudar a cultura, treinar profissionais e investir em segurança são caminho necessário. Se tudo isso não for feito, qualquer negócio pode correr um grande perigo.
Fonte: https://febrabantech.febraban.org.br/especialista/alessandra-montini/ciberseguranca-o-assunto-precisa-ser-uma-prioridade-nas-companhias